Sugar, Sugar. Joana chamava o animal dessa maneira. Na verdade Marcos achava aquilo meio ridículo. Vê-la ali, chamando um potente cavalo de Sugar. Um animal que possuía um pescoço grosso, forte, lindo e com o corpo repleto de músculos que pareciam aço brilhando banhados pelo sol. O suor escorria-lhe pela virilha, pelo pescoço. O olhar caído e estático. Um cavalo Crioulo que parecia imbatível. Joana passava-lhe a mão na cabeça e chorava. Marcos ali, olhando a cena toda. O animal ofegou agoniado.
- O quê vamos fazer? - disse Joana Trêmula. O suor brotava-lhe nas têmporas. Marcos continuou observando a cena parado um pouco atrás de Joana. Via aquelas duas figuras ali como se uma fizesse parte da outra. Passou a mão no rosto e suspirou cansado. O animal caído, estirado na grama verde, os olhos perdidos no vazio. Por um instante Marcos se deixa levar como que envolto numa nuvem, vê-se em Porto Alegre antes de irem para aquela pequena cidade no interior do Estado. Lembra de Joana no quarto, feliz enquanto preparava as malas para passar o feriado naquela cidadezinha coberta por verde. Joana falava entusiasmada sobre a criação de cavalos Crioulo que havia lá. Marcos ouvia a tudo enquanto fumava um cigarro.
Joana continuava passando a mão sobre a cabeça do animal, sentia o coração disparado.
- Faça alguma coisa! - disse ela, chorando.
- Ele quebrou o pescoço.
Sugar, Sugar”…
- Não há nada a fazer - disse Marcos num sussurro. Olhou para o animal, o brilho do seu pêlo, os músculos do corpo que lembravam aço talhados ali. Uma potência bruta que causava em Marcos a sensação de fragilidade ao comparar com sua carne fraca, sua pele fina, branca. Seus ossos poderiam esmilhagar-se contra a força daquele animal que agonizava tombado em sua frente. Nenhum outro homem por perto, apenas árvores e o vasto pampa numa bela tarde ensolarada. Joana permanecia agachada ao lado do cavalo, apenas murmurando:
“Sugar, Sugar…”.
- O quê vamos fazer? - disse Joana Trêmula. O suor brotava-lhe nas têmporas. Marcos continuou observando a cena parado um pouco atrás de Joana. Via aquelas duas figuras ali como se uma fizesse parte da outra. Passou a mão no rosto e suspirou cansado. O animal caído, estirado na grama verde, os olhos perdidos no vazio. Por um instante Marcos se deixa levar como que envolto numa nuvem, vê-se em Porto Alegre antes de irem para aquela pequena cidade no interior do Estado. Lembra de Joana no quarto, feliz enquanto preparava as malas para passar o feriado naquela cidadezinha coberta por verde. Joana falava entusiasmada sobre a criação de cavalos Crioulo que havia lá. Marcos ouvia a tudo enquanto fumava um cigarro.
Joana continuava passando a mão sobre a cabeça do animal, sentia o coração disparado.
- Faça alguma coisa! - disse ela, chorando.
- Ele quebrou o pescoço.
Sugar, Sugar”…
- Não há nada a fazer - disse Marcos num sussurro. Olhou para o animal, o brilho do seu pêlo, os músculos do corpo que lembravam aço talhados ali. Uma potência bruta que causava em Marcos a sensação de fragilidade ao comparar com sua carne fraca, sua pele fina, branca. Seus ossos poderiam esmilhagar-se contra a força daquele animal que agonizava tombado em sua frente. Nenhum outro homem por perto, apenas árvores e o vasto pampa numa bela tarde ensolarada. Joana permanecia agachada ao lado do cavalo, apenas murmurando:
“Sugar, Sugar…”.
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